INFECÇÕES FÚNGICAS
CANDIDÍASE
A
candidíase é uma doença causada por fungos do gênero Candida, na sua maioria leveduras (fig. 1), mas podem se apresentar na forma
de fungos filamentosos dependendo das condições ambientais e imunológicas do
indivíduo, sendo assim classificados como fungos dimórficos (BARBEDO &
SGARBI, 2010).
São
fungos que fazem parte da microbiota normal de cada indivíduo e são
considerados patógenos, pois, em condições favoráveis ao seu desenvolvimento
podem causar doenças como a candidíase bucal e a candidíase vulvovaginal
(MORAGUES, 1993).
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Fig.1- Fungo do gênero Candida em sua forma leveduriforme. |
Candidíase
Vulvovaginal
O que é?
A
candidíase vulvovaginal (CVV) é causada principalmente pelo fungo Candida albicans que se desenvolvem de
maneira desordenada na mucosa do trato genital feminino, podendo ser encontrada
tanto na vulva quanto no canal vaginal (ZIARRUESTA, 2002) (fig. 2). Ela ainda pode ser
considerada como candidíase vulvovaginal recorrente, quando ela ocorre mais de
quatro vezes durante um ano (PATEL, 2004).
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Fig. 2- Vulva vaginal infectada por Candida albicans |
Transmissão
Na
CVV a transmissão do fungo ocorre pelo contato sexual, porém, essa não é a
principal via de transmissão, pois esses fungos fazem parte da microbiota
natural da vagina e pode ocorrer através do sexo oral, desde que a pessoa
possua a infecção na cavidade oral (TOZZO, 2012).
Sintomas
Pessoas
com CVV podem apresentar sintomas como prurido, corrimento vaginal com aspecto
de leite, ardor ao urinar e coceira, sendo agravado no período pré-menstrual,
porém, em alguns casos a infecção pode ser assintomática (ROSA, 2004).
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Fig. 3: "Represetação" dos sintomas da Candidíase Vulvoginal |
Diagnóstico
O
diagnóstico da CVV pode ser feito através de exames laboratoriais, onde é feito
a coleta com o auxílio de um swab
estéril (instrumento flexível com algodão em uma das extremidades utilizado para coletar amostras clínicas),
que consiste na confecção de lâminas para observar a microbiota vaginal a
partir da utilização de hidróxido de potássio e na elaboração de meios de
cultura para cultivar fungos em temperatura ambiente em um período de 24-72
horas (SDRIM; ROCHA, 2004). (Fig. 4).
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Fig. 4: Cultura de fungos do gênero Candida. |
Tratamento
O
tratamento de CVV é feito basicamente com o uso de antifúngicos por via oral (fig. 5) ou
vaginal (fig. 6), que pode variar no tempo de reação que pode ocorrer de poucos dias e
em casos mais graves o tratamento pode ser feito durante um tempo prolongado,
cerca de 30 dias ou mais (FEUERSCHUETTE, 2010).
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Fig. 5: Representação do uso de medicamentos via oral para tratamento de candidíase vulvovaginal |
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Fig. 6- Exemplo de medicamento usado via vaginal no tratamento de candidíase vulvovaginal |
TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA
Prevenção
Para
prevenir a CVV é necessário manter uma alimentação saudável, evitar o uso de
calças jeans ou nylon, pois esses tecidos aquecem a região da vagina,
aumentando a umidade na região e favorecendo a proliferação do fungo (TOZZO,
2010).
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Fig. 7: Alimentos saudáveis |
Candidíase
Bucal
O que é?
É uma infecção fúngica muito comum na região
oral, onde se apresentam lesões do tipo branco-amarelado, podendo ser agudas ou
crônicas dependendo da gravidade da infecção, sendo muito comum em pessoas que
utilizam prótese ou aparelho bucal. (Fig. 8).
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Fig. 8: Cavidade oral infectada com fungos do gênero Candida. |
Transmissão
A cândida está presente na microbiota normal,
assim não se manifestam em pessoas com um bom estado de saúde, porém existem
fatores que fazem com que a candidíase se manifeste com a umidade, temperatura,
câncer em estado avançado, estresse e baixa imunidade (ARAÚJO et al., 2013).
Sintomas
Normalmente não apresenta sintomas, porém, podem
ocorrer desconfortos como: vermelhidão, ardência e pequenas bolhas
esbranquiçadas. (Fig. 9)
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Fig. 9: Bolhas (aftas) causadas por infecção de fungos do gênero Candida. |
Diagnóstico
Diagnosticado a partir de exames
clínicos e laboratoriais. Outro recurso clínico muito utilizado nos casos de
candidíase pseudomembranosa ''sapinho'' é a raspagem das lesões (OLIVEIRA,
2013).
Tratamento
Na indústria
farmacêutica existem vários antifúngicos usados no tratamento de infecções
fúngicas como a nistatina que pode ser aplicada diretamente sobre a lesão
(PEIXOTO et al., 2014).
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Fig. 10: Nistantina, medicamento usado no tratamento de aftas. |
TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA
CRIPTOCOCOSE
O que é?
Criptococose
é uma doença fúngica, conhecida popularmente como torulose, causada pelo fungo
do gênero Cryptococcus (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2012), (Fig. 11). Possui uma cápsula envolta apresentando o glucuronoxilomanana,
componente que determina os tipos sorológicos que são A, B, C, D e AD (KON et
al., 2008). São fungos que podem ser encontrados em todo o mundo, ou seja, são
cosmopolitas (SANTOS et al., 2006).
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Fig. 11: Fungo do gênero Cryptococcus |
Transmissão
Ocorre
pela inalação dos esporos que o fungo produz, sendo encontrado principalmente
em fezes de aves (SANTOS et al., 2006) e de morcegos (OLIVEIRA et al., 2008).
Fig. 12: Modo de transmissão da criptococose. |
Sintomas
Os
gatos apresentam mudanças na pele como o aparecimento de úlceras e nódulos como
também pode apresentar secreção nasal, espirros e bolores granulomatosos
causando o famoso "nariz de palhaço" (fig. 13). Os cães podem apresentar
depressão, convulsão e andar em círculos. Os humanos podem apresentar febre,
tosse, dor torácica e diminuição da visão. Nos animais e também no homem
ocorrem lesões no sistema nervoso central (SANTOS et al., 2006). (fig. 14).
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Fig. 13: Gato infectado com fungos do tipo Cryptococcus, apresentando bolores granulomatosos |
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Fig. 14: lesões causadas por fungos do gênero Criptococcus. |
Diagnóstico
Pode
ser feito por diversos exames (citológico, micológico, dentre outros)
utilizando sangue, soro, tecido, muco e urina do paciente (SANTOS et al.,
2006). É um diagnóstico fácil por apresentar um tropismo pelo sistema nervoso
central (KON et al., 2008).
Tratamento
Em
humanos os medicamentos mais administrados são a anfotericina B juntamente com
a 5-flucitosna ou flucanazol e itraconazol e em animais é recomendado o uso de
anfotericina B e itraconazol como também o cetoconazol, flucitosina, fluocitosina,
dentre outros. Ressaltamos que todos esses medicamentos devem ser tomados
mediante receituário entregue pelo médico ou pelo veterinário (BIVANCO et al.,
2006 apud QUEIROZ et al., 2008; LARSSON et al., 2003 apud QUEIROZ et al., 2008;
PEREIRA & COUTINHO, 2003 apud QUEIROZ et al., 2008).
TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA
Prevenção
Segundo
Gerson et al. (2000) não criar pássaros em casa é o melhor a ser feito, mas
caso deseje deve-se molhar as excretas dos pássaros para que os esporos não
sejam levados pelo vento. (fig. 15).
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Fig. 15: Não criar aves em casa. BONS ESTUDOS! |
Texto escrito por: ¹Cinara W.F. Bezerra, ¹Maiara A. da Silva e ¹Patrícia M. da Costa.
Texto revisado por: ²Professora Dr. Marília Sales Cadena
¹ Graduandas de Bacharelado em Ciências Biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco- Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST).
² Professora adjunta da UFRPE-UAST, responsável pela disciplina de Microbiologia e Imunologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NewsLab - edição 77 - 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância e Epidemiológica
Da Criptococose. Brasília, DF. Abril de 2012.
KON A.S.; GRUMACH AS, COLOMBO AL, PENALVA ACO,
WANKE B, TELLES FQ, et al. Consenso em criptococose. Rev Soc Bras Med Trop
2008; 41:524-544.
OLIVEIRA, F.; BAZAN, C.; SOLIVA, A.; RITZ, R.,
et al. CRIPTOCOCOSE. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano
VI – Número 11 – Julho de 2008.
QUEIROZ,
J. P. A. F.; SOUSA, F. D. N.; LAGE, R. A.; IZAEL, M. A.; SANTOS, A. G.
Criptococcose – uma revisão bibliográfica. Acta Vet Bras. 2008; 2: 32-8.
PENA, G. O., et al. Doenças Infecciosas e
Parasitárias: Aspectos Clínicos, de Vigilância Epidemiológica e de Controle -
Guia de Bolso. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2000.
ARAUJO, J. E. T. , ARAÚJO, D. F. G. ,BARBOSA, P.
G., SANTOS P. S. S., MEDEIROS A. M.
C.. Candidíase invasiva e alterações
bucais em recém-nascidos prematuros, einstein. 2013;11(1):71-5.
OLIVEIRA, P.
S., Protocolo clínico, Almiro Reis
Gonçalves Coordenador da Comissão de Educação Continuada do CRO-RJ Fevereiro
2013. Disponível em : <http://www.cro-rj.org.br/pc/fev13.pdf > acesso em:
21/02/2017.
PEIXOTO, J. V., ROCHA M. G. , NASCIMENTO, R. T.
L., MOREIRA, V. V., KASHIWABARA, T. G. B., CANDIDÍASE
- UMA REVISÃO DE LITERATURA , V.8,n.2,pp.75-82 (Set - Nov 2014).
BARBEDO, L. S.; SGARBI, D. B. G. Candidíase. Jornal brasileiro de doenças sexualmente
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FEUERSCHUETTE, O. H. M.; SILVEIRA, S. K.; FEUERSCHUETTE, I.; GRANDO, L.; CORRÊA, T.; TREPANI, A. Candidíase vaginal recorrente: manejo clínico. FEMINA, v. 38. Nº
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MORAGUE, M. D. et al. A monoclonal antibody directed against a Candida albicans cell wall
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PATEL, D.A. et
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SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Micologia
médica à luz de autores contemporâneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
ROSA, M. I.; RUMEL, D. Fatores assiciados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. Rev Bras Ginecol Obstet. v. 26, n.1, p.
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ZIARRUTA, G. B. Vulvovaginitis candidiástica. Rev
Iberoam Micol, v. 19, p.-22-4, 2002.
TOZZO, A. B.; GRAZZIOTIN, N. A. Candidíase vulvovaginal. PERSPECTIVA,
Erechim. v.36, n.133, p.53-62, março/2012
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
Fig 1: pt.medicine-worlds.com
Fig. 2: grdedall.blogspot.com.br
Fig. 3: saude.umcomo.com.br
Fig. 4: pt.slideshare.net/marcosnala/identificacao-levedurasinteressemedicoppt
Fig. 5: melhorcomsaude.com/como-prevenir-infeccoes-vaginais/
Fig. 6: metronidazol.com.br/metronidazol-creme-e-gel/
Fig. 7: pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo
Fig. 8: e.wikipedia.org/wiki/Kandidose
Fig. 9: commons.wikimedia.org/wiki/File:Aphthe_Unterlippe.jpg
Fig. 10: bulasderemedios.com/bula-do-nistatina-antifungico/
Fig. 11: commons.wikimedia.org/wiki/File:Cryptococcus.jpg
Fig. 12: criptococosenaenfermagem.blogspot.com.br/
Fig. 13: clinicaveterinariaejea.com/nina-y-su-carcinoma-de-celulas-escamosas/
Fig. 14: mesquitacomovai.com.br/saude/?p=388
Fig. 15: http://blog.brcondos.com.br/como-evitar-pragas-nos-condominios/
Fig 1: pt.medicine-worlds.com
Fig. 2: grdedall.blogspot.com.br
Fig. 3: saude.umcomo.com.br
Fig. 4: pt.slideshare.net/marcosnala/identificacao-levedurasinteressemedicoppt
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Fig. 6: metronidazol.com.br/metronidazol-creme-e-gel/
Fig. 7: pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo
Fig. 8: e.wikipedia.org/wiki/Kandidose
Fig. 9: commons.wikimedia.org/wiki/File:Aphthe_Unterlippe.jpg
Fig. 10: bulasderemedios.com/bula-do-nistatina-antifungico/
Fig. 11: commons.wikimedia.org/wiki/File:Cryptococcus.jpg
Fig. 12: criptococosenaenfermagem.blogspot.com.br/
Fig. 13: clinicaveterinariaejea.com/nina-y-su-carcinoma-de-celulas-escamosas/
Fig. 14: mesquitacomovai.com.br/saude/?p=388
Fig. 15: http://blog.brcondos.com.br/como-evitar-pragas-nos-condominios/
Show meninas! parabéns.
ResponderExcluirMuito Obrigada!
ExcluirMuito bom! Adorei!
ResponderExcluirMuito obrigada Yuri!!
ExcluirPerfeito Wanderléa, muito massa
ResponderExcluirObg Ravick <3
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