terça-feira, 14 de março de 2017

Infecções Viróticas- AIDS (HIV), Herpes e Hepatite B

INFECÇÕES VIRÓTICAS


AIDS

O que é?


            A AIDS, do inglês Acquired Immune Deficiency Syndrome, também conhecida como Síndrome da Imunodeficiência adquirida, é uma doença causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), o qual age diretamente no sistema imunológico do indivíduo e foi descrito inicialmente por volta de 1980 sendo considerado como um agente infecto contagioso, por ser transmitido por contato direto entre pessoas (GRECO, 2008). (Fig.1): Representação do vírus HIV.


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Fig.1: Representação do Virus HIV


Transmissão

O vírus HIV é transmitido principalmente através de relações sexuais (vaginal, oral e anal) desprotegidas, desde que haja um meio de entrada do agente infeccioso na corrente sanguínea do indivíduo, mas comumente conhecida na Microbiologia e Imunologia como porta de entrada, tornando a via sexual o maior responsável pela disseminação desse vírus. Além do contato direto com o sangue, esperma e secreção vaginal, o HIV pode ser transmitido através do leite materno (VERGARA et al., 2007).

Vale ressaltar que a HIV não é transmitida pelo suor,

 beijo ou picadas de mosquitos.


Sintomas

            Os sintomas da AIDS variam de organismo para organismo e pode aparecer em períodos diferentes durante a doença. Na fase aguda os sintomas são: febre alta, diarreia crônica, faringite (inflamação na faringe), náusea, vômito, úlceras orais, etc., e no decorrer da doença em uma fase crônica, pode causar pneumonia e bronquites, o que pode acabar levando a pessoa a óbito devido o sistema imunológico está debilitado pela a ação do HIV (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). (Fig.2: Diferentes sintomas da AIDS causada pelo HIV.

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Fig. 2- Esquema referente aos diferentes sintomas da AIDS no ser humano.


Diagnóstico

            O diagnóstico em pessoas acima de 2 anos de idades é feito a partir das análises de anticorpos conforme a Portaria Nº 59/GM/MS, de 29 de janeiro de 2003, a detecção desses anticorpos pode ser feita a partir da terceira semana após a infecção, caso não seja tratado logo após a exposição ao vírus. O exame mais comum é o Elisa (exame sanguíneo para detecção de HIV) que tem a capacidade de registrar a presença do vírus após 20 dias depois da infecção, porém há outros exames que mostram o resultado imediato logo após a coleta de sangue (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). (Figs. 3 e 4: Tipos de exames para detecção de HIV).


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                     Fig.3- Exame para detectar HIV no sangue

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Fig. Tetste para detecção de HIV np sa


Tratamento

            Apesar de não ter cura, o tratamento do HIV consiste no uso de um coquetel (Fig. 5) de medicamentos que irão controlar a ação do vírus no sistema imunológico, possibilitando aos HIV-positivos uma vida mais duradoura e de qualidade, contudo, esses medicamentos podem causar alguns efeitos colaterais como lipodistrofia (redistribuição de gordura pelo corpo), diminuição do rosto deixando-o mais magro (Fig. 6), e em algumas partes do corpo como nos membros, pode haver a aparição de veias e facilitar o acúmulo de gordura na região abdominal (NEMES, 2009).

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Fig.5- Representação do coquetel usado no tratamento do HIV.

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Fig. 6- Afinamento do rosto em consequência da ação do HIV.



 Prevenção


O modo mais eficaz para prevenir o HIV é com o uso de camisinha durante as relações sexuais (caso seja portador do vírus), assim como o uso de objetos perfuro cortantes (seringas, alicates, navalhas e outros) descartáveis.

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Fig. 7- Campanha para o uso de preservativo.

HERPES

O que é?


Herpes é uma infecção causada por o Vírus Herpes Simples (HSV) que apresenta-se em dois tipos: (HSV) I e (HSV) II (Fig. 8), onde o tipo I causa  lesões na face, principalmente na região labial e o tipo (HSV) II afeta a região genital. Ressaltando que o vírus pode se manifestar de formas distintas de pessoa para pessoa (GELLER et al., 2012).

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Fig. 8- Lesões causadas pelo HSV I (boca) e II (pênis e vulva).

Transmissão


Um dos modos mais comuns de transmissão ocorre por meio do contato íntimo como beijo, relação sexual ou por contato com lesões que muitas vezes não são bem esclarecidas como ocorre a transmissão (PENELLO et al., 2010).  


Sintomas

Na grande maioria dos casos a herpes não apresenta sintomas, quando o vírus HSV-I é detectado, apresentam numerosas vesículas que causam incômodos como dor, formigamento e queimação que são agravadas quando exposto a luz do sol ou a uma baixa no sistema imunológico (GELLER et al., 2012).  

Diagnóstico


O diagnóstico do Herpes é eminentemente clínico, através de exames como: Citológico de Tzanck que permite a sua visualização de células multinucleadas.
Sorologia é usada quando ocorre desconforto sem presença de lesões.
PCR é uma técnica altamente sensível, e pouco acessível, disponível em alguns laboratórios de referência, para pesquisa (GELLER et al., 2012).  

Tratamento

Em caso de suspeita de herpes tanto genital quanto labial, o tratamento deve ser iniciado o mais precoce possível, com uso do Aciclovir prescrito por um médico. (FONSECA, 1999).


Prevenção

·         Não compartilhar objetos pessoais
·         Lavar bem as mãos após tocar nas lesões
·         Higienizar bem a área lesionada
·         Controle do estresse
·         Sono e nutrição equilibrados (PENELLO et al.,2010).

Todo e qualquer medicamento deve ser utilizado com prescrição médica


HEPATITE B

O que é?

A hepatite é uma grave inflamação causada por vírus que afeta o fígado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Diversas hepatites como a A, B, C, D e E podem estar presentes nos indivíduos e eles, simplesmente, não saberem por serem infecções silenciosas (FERREIRA, 2000). A hepatite B acomete milhares de pessoas, podendo levá-las a óbito, tendo uma grande taxa de impacto na saúde da população (BRASIL, 2015).

Transmissão
           
A transmissão pode ocorrer por via parenteral (cortes, injeções, feridas), com objetos contaminados como escova de dente, agulhas (Fig. 11), por via sexual e de mãe para filho (vertical) (Fig. 10) podendo ocorrer durante o parto (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). 

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    Fig.10 - Infecção por via vertical.
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Fig. 11 - Infecções por objetos perfuro-cortantes.

Sintomas

 Quando aparecem podem apresentar febre, urina escura, cor amarelada tanto na pele como nos olhos e náuseas (BIO-MANGUINHOS, 2014). Fig. 12: Representação dos principais sintomas.

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Fig. 12 – Principais sintomas causados pela hepatite B.



Diagnóstico

O diagnóstico é conseguido através de testes sorológicos que detecta moléculas (antígenos) como o HBsAg surgindo após o início da infecção; logo depois podemos encontrar outra molécula, anticorpos, do tipo IgG que permanece detectável pelo resto da vida. Caso o HBsAg perdure por mais de seis meses a infecção é considerada crônica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

Tratamento
    
Para infectados agudos, ou seja, no estágio inicial não há um tratamento específico para eles e para infectados que desenvolvem hepatite fulminante o tratamento é apenas por meio de transplante de fígado (FERREIRA, 2000). Em indivíduos com infecção crônica o tratamento usado atualmente é por meio do IFN (interferon) e lamivudina, o tratamento é gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
 Em mulheres gestantes o tratamento se dá pela combinação da HBIg mais a vacina para prevenir que a hepatite B seja repassada para o recém-nascido (BRASIL, 2015).

Prevenção

 Não utilizar objetos perfuro-cortantes (alicates, seringas, navalhas e outros) (Fig.13) que não sejam descartáveis quando for, por exemplo, na manicure ou quando realizar tatuagens (Fig. 14) e sempre usar camisinha durante as relações sexuais; o Ministério da Saúde ainda oferece vacinas contra a hepatite B nos postos de saúde para recém-nascidos, crianças, adolescentes e adultos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

                         Imagem relacionada Resultado de imagem para seringas

                                                   Fig. 13 – Objetos que não devem ser reutilizados.v




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Fig. 14 – Sempre utilizar materiais descartáveis e nunca reutilizá-los.








Bons Estudos!

Texto escrito por: ¹Cinara W.F. Bezerra, ¹Maiara A. da Silva e ¹Patrícia M. da Costa.
Texto revisado por: ²Professora Dr. Marília Sales Cadena
¹ Graduandas de Bacharelado em Ciências Biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco- Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST).
² Professora adjunta da UFRPE-UAST, responsável pela disciplina de Microbiologia e Imunologia.


Referências Bibliográficas

BIO-MANGUINHOS (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos). Hepatite B: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/hepatite-b-sintomas-transmissao-e-prevencao>. Acesso em 20 de fevereiro de 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

FERREIRA M. S. Diagnóstico e tratamento da hepatite B. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 33:389-400, 2000.

FONSECA, B.A.L. 1999 Clínica e tratamento das infecções pelos vírus herpes                     simplex tipo 1 e 2. Medicina Ribeirão Preto, 32 (1999), pp. 147-153.

GELLER, M.; NETO, M.S.; RIBEIRO, M.G.; OLIVEIRA, L.; NALIATO, E.C.O.; ABREU, C.; SCHECHTMAN, R.C. (2012) Herpes simples: atualização clínica, epidemiológica e terapêutica. J Bras Doenças Sex Transm 24:260–266

GRECO, D. B. A epidemia da Aids: impacto social, científico, econômico e perspectivas. estudos avançados 22 (64), 2008.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo de infecção pelo HIV em adultos. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Brasília, 2013.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Recomendações para terapia anti-retroviral em adultos e adolescentes infectados pelo HIV -  Programa Nacional de DST e AIDS. 2007/2008.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Hepatites Virais. Brasília – DF, janeiro de 2007. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0044_M2.pdf>. Acesso em 20 de fevereiro de 2017.

NEMES, M.I.B.; CASTANHEIRA, R.E.L.; SANTA-HELENA, E.T.; MELHIOR, R.; CARACIOLO, J.M.; BASSO, C.R.; et al. Adesão ao tratamento, acesso e qualidade da assistência em AIDS no Brasil. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2009 [cited 2013 set 25];55(2):207-12. Available.

PENELLO, A.M.; CAMPOS, B.C.; SIMÃO, M. et al. Herpes genital, J Brás Doenças Sex Transm, 22 (2) (2010), pp. 64–72.
VERGARA, T. R. C.; BARROSO, P. F. Transmissão sexual do HIV. Tendências em HIV-AIDS, v.1, n.4, p.17-24, 2007



FONTE DAS IMAGENS
Figura 1: www.stanford.edu/.../2005gongishmail/HIV.html
Figura 2; www.google.com.br/search?q=sintomas+da+aids&espv=2&source=lnms&tbm
Figura 3: http://g1.globo.com/
Figura 4: www.google.com.br/search?espv=2&biw=1366&bih=613&tbm=isch&sa=1&q=DIA
Figura 5: www.google.com.br/search?q=coquetel+hiv&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa
Figura 6: https://www.google.com.br/search?espv=2&biw=1366&bih=613&tbm=isch&sa=1
Figura 7: www.google.com.br/search?q=PREVEN%C3%87%C3%83O+DA+AIDS&espv=2
Figura 8: pediatravirtual.net/herpes-genital-na-gestacao-riscos/
Figura 9: Juntospelacura.blogspot
Figura 10: Saúde UMCOMO
Figura 11: Programa Harvard Medical School Portugal
Figura 12:  Big1News
Figura 13 e 14: Tua saúde



Resistência de microorganismos aos agente antimicrobiano

RESISTÊNCIA DE MICRORGANISMOS AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS


INTRODUÇÃO
            

             As bactérias são microrganismos que estão presentes no corpo humano, podendo ser encontradas em várias partes do nosso organismo, como por exemplo na pele, na boca, na genitália e no intestino (SANTOS, 2004). Existem bactérias que são conhecidamente patógenas, porém existem também aquelas que fazem parte da microbiota normal e esperam apenas uma oportunidade para nos infectar (oportunistas) e ainda existem as bactérias benéficas que ajudam no funcionamento do corpo, logo ao tomar um antibiótico, algumas colônias de bactérias existentes no corpo serão afetadas, restando apenas aquelas que resistem ao antibiótico. Isto ocorre devido à pressão da seleção que o antimicrobiano causa sobre elas (MOTA et al., 2010).
              A resistência é uma adaptação genética que algumas bactérias possuem, podendo repassar para as demais bactérias, que é agravada quando se faz o uso exagerado e sem prescrição médica adequada de antibióticos, já que os antimicrobianos selecionam apenas as bactérias que possuem essa adaptação. Esta capacidade que as bactérias dispõem se tornou um grande problema na saúde atualmente, já que não existem novos antibióticos para combatê-las e os existentes não surtem mais efeito (SANTOS, 2004). Os autores ainda contam que a resistência a antibióticos acontece tanto em ambientes hospitalares como também em casa (fig.1).
       Outro fator que agrava o atual problema é o uso de antimicrobianos pelos agropecuaristas em rações para os animais. Estes são administrados para melhorar o desempenho e crescimento dos animais, porém, da mesma forma agem selecionando bactérias, tornando-as super resistentes (BRUMANO & GATTÁS, 2009). Além disso, resquícios dos antibióticos podem estar presentes na carne do animal ou ainda contaminar vegetais, através de solos e águas contaminadas pelas excretas do animal, acarretando em um grande risco a saúde humana (REGITANO & LEAL, 2010).

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Fig.1: Representação de uma bactéria resistente.


USO INDEVIDO DE ANTIBIÓTICOS
            
              Os antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de causar a morte de fungos ou bactérias, assim como inibir o crescimento desses microrganismos (GUIMARÃES et al., 2010).
        O uso inadequado de antibióticos ocorre geralmente pela dificuldade de um diagnóstico mais preciso sobre determinados microrganismos causadores de doenças (patógenos); pelo uso prolongado ou interrompido (devido apresentar melhoras no terceiro dia de tratamento, por exemplo); pela facilidade de acesso à esses medicamentos, os quais são vendidos livremente sem comprovante da prescrição médica em algumas farmácias, mesmo sabendo que tal ação é proibida e também pela falta de fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pela regularização desses estabelecimentos (OLIVEIRA, 2010).
              O uso indevido desse tipo de medicamento em algumas rações de gato e cachorro proporciona a seleção de bactérias resistentes também nesses animais (MARINO, 2008). O autor afirma que é um grande risco para a saúde dos animais domésticos e de produção (MARINO, 2008), pois, já não podem ser combatidas por alguns tipos de antibióticos (OLIVEIRA, 2010).(Fig. 3)
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                               Fig. 2- Uso inadequado de antibióticos                          Fig. 3- Representação do uso de antibiótico
                                                                                                                          na alimentação de alguns animais.


USO ADEQUADO DE ANTIBIÓTICOS
           
            A principal estratégia para evitar a resistência de bactérias a  antibióticos é fazer uso moderado e apropriado de tais, desta forma reduzindo o surgimento de bactérias resistentes, no entanto, essa prática se torna difícil em certos ambientes, pois é necessário grandes e longas mudanças (SILVA & JUNIOR, 2015). (Fig.4)
- Usar antibióticos com indicação do médico ou dentista;
- Ingerir a dose prescrita e nos horários corretos;
- Não cessar o tratamento mesmo com sintomas de melhoras;
- Não fazer uso de antibióticos fora do prazo de validade;


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Fig.4- Alerta sobre os cuidados com o uso de antibióticos


Peça sempre orientação ao profissional de saúde!



REFERÊNCIAS

BRUMANO, G.; GATTÁS, G. Implicações      sobre      o      uso   de antimicrobianos       em       rações       de monogástricos. Revista  Eletrônica Nutritime, v.6, n.3, p.953-959, 2009.
DICAS DE SAÚDE - Uso correto de antibióticos. Disponível em
< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/218_uso_antibioticos.html > Acesso em: 06/03/2017.
FIOL, F. S. D.; LOPES, L.C.; TOLEDO, M. I.; BARBERATO-FILHOS. Perfil de prescrições e uso de antibióticos em infecções comunitárias. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 43(1): 68-72, 2010.
GUIMARÃES, D.O.; MOMESSO, L.S., PUPO, M.T. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Quim Nova, 2010.
MARINO, T.C.; MEDEIROS, S.R. Aditivos alimentares na nutrição de bovinos de corte. 7º cap. EMBRAPA. 2008. 
MOTA, L. M.; VILAR, F. C.; DIAS, L. B. A.; NUNES, T. F.; MORIGUTI. J. C. Uso racional de antimicrobianos. Medicina (Ribeirão Preto). 2010; 43(2): 164-72.
OLIVEIRA, N. F. de. "Uso indiscriminado de antibióticos nos serviços da atenção básica: revisão bibliográfica." (2010).
REGITANO, J.B.; LEAL, R.M.P. Comportamento e impacto ambiental de antibióticos usados na produção animal brasileira. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 2010;34(3):601–16.
SANTOS, N. Q. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. Texto Contexto Enferm. 2004;13(n.esp):64-70.

SILVA, C.D.R., JÚNIOR, M.R.S. Estratégias para uso adequado de antibioticoterapia em unidade de terapia intensiva. Einstein (16794508), v. 13, n. 3, 2015.

Fonte das imagens
Fig.1- milenar.org/2015/11/22/descobertas-bacterias-resistentes-a-todos-os-antibioticos/
Fig.2-diariodebiologia.com/2015/12/uso-indevido-de-antibioticos-pode-ser-causa-no-aumento-de-alergias/
Fig.3- 
Fig.4-farmaciabaleares.es/es/noticias-detalle/uso-racional-de-antibioticos/

segunda-feira, 13 de março de 2017

Infecções Fúngicas- Candidíase (Vulvovaginal e Oral) e Criptococose

INFECÇÕES FÚNGICAS

CANDIDÍASE

            A candidíase é uma doença causada por fungos do gênero Candida, na sua maioria leveduras (fig. 1), mas podem se apresentar na forma de fungos filamentosos dependendo das condições ambientais e imunológicas do indivíduo, sendo assim classificados como fungos dimórficos (BARBEDO & SGARBI, 2010).
            São fungos que fazem parte da microbiota normal de cada indivíduo e são considerados patógenos, pois, em condições favoráveis ao seu desenvolvimento podem causar doenças como a candidíase bucal e a candidíase vulvovaginal (MORAGUES, 1993).

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Fig.1- Fungo do gênero Candida em
sua forma leveduriforme.

Candidíase Vulvovaginal

O que é?

            A candidíase vulvovaginal (CVV) é causada principalmente pelo fungo Candida albicans que se desenvolvem de maneira desordenada na mucosa do trato genital feminino, podendo ser encontrada tanto na vulva quanto no canal vaginal (ZIARRUESTA, 2002) (fig. 2). Ela ainda pode ser considerada como candidíase vulvovaginal recorrente, quando ela ocorre mais de quatro vezes durante um ano (PATEL, 2004).


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Fig. 2- Vulva vaginal infectada por Candida albicans

Transmissão

            Na CVV a transmissão do fungo ocorre pelo contato sexual, porém, essa não é a principal via de transmissão, pois esses fungos fazem parte da microbiota natural da vagina e pode ocorrer através do sexo oral, desde que a pessoa possua a infecção na cavidade oral (TOZZO, 2012).

Sintomas

            Pessoas com CVV podem apresentar sintomas como prurido, corrimento vaginal com aspecto de leite, ardor ao urinar e coceira, sendo agravado no período pré-menstrual, porém, em alguns casos a infecção pode ser assintomática (ROSA, 2004).


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Fig. 3: "Represetação" dos sintomas da
Candidíase Vulvoginal

Diagnóstico

            O diagnóstico da CVV pode ser feito através de exames laboratoriais, onde é feito a coleta com o auxílio de um swab estéril (instrumento flexível com algodão em uma das extremidades utilizado para coletar amostras clínicas), que consiste na confecção de lâminas para observar a microbiota vaginal a partir da utilização de hidróxido de potássio e na elaboração de meios de cultura para cultivar fungos em temperatura ambiente em um período de 24-72 horas (SDRIM; ROCHA, 2004). (Fig. 4).


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Fig. 4: Cultura de fungos do gênero Candida.

Tratamento

            O tratamento de CVV é feito basicamente com o uso de antifúngicos por via oral (fig. 5) ou vaginal (fig. 6), que pode variar no tempo de reação que pode ocorrer de poucos dias e em casos mais graves o tratamento pode ser feito durante um tempo prolongado, cerca de 30 dias ou mais (FEUERSCHUETTE, 2010).


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Fig. 5: Representação do uso de medicamentos
via oral para tratamento de candidíase vulvovaginal
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Fig. 6- Exemplo de medicamento usado via
vaginal no tratamento de candidíase vulvovaginal

TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA

Prevenção

            Para prevenir a CVV é necessário manter uma alimentação saudável, evitar o uso de calças jeans ou nylon, pois esses tecidos aquecem a região da vagina, aumentando a umidade na região e favorecendo a proliferação do fungo (TOZZO, 2010).


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Fig. 7: Alimentos saudáveis




Candidíase Bucal

O que é?

É uma infecção fúngica muito comum na região oral, onde se apresentam lesões do tipo branco-amarelado, podendo ser agudas ou crônicas dependendo da gravidade da infecção, sendo muito comum em pessoas que utilizam prótese ou aparelho bucal. (Fig. 8).  
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Fig. 8: Cavidade oral infectada com fungos do gênero Candida.

Transmissão

A cândida está presente na microbiota normal, assim não se manifestam em pessoas com um bom estado de saúde, porém existem fatores que fazem com que a candidíase se manifeste com a umidade, temperatura, câncer em estado avançado, estresse e baixa imunidade (ARAÚJO et al., 2013).

Sintomas

Normalmente não apresenta sintomas, porém, podem ocorrer desconfortos como: vermelhidão, ardência e pequenas bolhas esbranquiçadas. (Fig. 9)
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Fig. 9: Bolhas (aftas) causadas por infecção de fungos do gênero Candida.

Diagnóstico
          Diagnosticado a partir de exames clínicos e laboratoriais. Outro recurso clínico muito utilizado nos casos de candidíase pseudomembranosa ''sapinho'' é a raspagem das lesões (OLIVEIRA, 2013).
Tratamento
Na indústria farmacêutica existem vários antifúngicos usados no tratamento de infecções fúngicas como a nistatina que pode ser aplicada diretamente sobre a lesão (PEIXOTO et al., 2014).
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Fig. 10: Nistantina, medicamento usado no tratamento de aftas.


TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA



CRIPTOCOCOSE

O que é?
            Criptococose é uma doença fúngica, conhecida popularmente como torulose, causada pelo fungo do gênero Cryptococcus (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012), (Fig. 11). Possui uma cápsula envolta apresentando o glucuronoxilomanana, componente que determina os tipos sorológicos que são A, B, C, D e AD (KON et al., 2008). São fungos que podem ser encontrados em todo o mundo, ou seja, são cosmopolitas (SANTOS et al., 2006).


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Fig. 11: Fungo do gênero Cryptococcus


Transmissão
            Ocorre pela inalação dos esporos que o fungo produz, sendo encontrado principalmente em fezes de aves (SANTOS et al., 2006) e de morcegos (OLIVEIRA et al., 2008).


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Fig. 12: Modo de transmissão da criptococose.
Sintomas
            Os gatos apresentam mudanças na pele como o aparecimento de úlceras e nódulos como também pode apresentar secreção nasal, espirros e bolores granulomatosos causando o famoso "nariz de palhaço" (fig. 13). Os cães podem apresentar depressão, convulsão e andar em círculos. Os humanos podem apresentar febre, tosse, dor torácica e diminuição da visão. Nos animais e também no homem ocorrem lesões no sistema nervoso central (SANTOS et al., 2006). (fig. 14).

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Fig. 13: Gato infectado com fungos do tipo
Cryptococcus,
apresentando bolores granulomatosos


Fig. 14: lesões causadas por fungos do gênero Criptococcus.


Diagnóstico
            Pode ser feito por diversos exames (citológico, micológico, dentre outros) utilizando sangue, soro, tecido, muco e urina do paciente (SANTOS et al., 2006). É um diagnóstico fácil por apresentar um tropismo pelo sistema nervoso central (KON et al., 2008).
Tratamento
            Em humanos os medicamentos mais administrados são a anfotericina B juntamente com a 5-flucitosna ou flucanazol e itraconazol e em animais é recomendado o uso de anfotericina B e itraconazol como também o cetoconazol, flucitosina, fluocitosina, dentre outros. Ressaltamos que todos esses medicamentos devem ser tomados mediante receituário entregue pelo médico ou pelo veterinário (BIVANCO et al., 2006 apud QUEIROZ et al., 2008; LARSSON et al., 2003 apud QUEIROZ et al., 2008; PEREIRA & COUTINHO, 2003 apud QUEIROZ et al., 2008). 


TODO E QUALQUER MEDICAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA
Prevenção
            Segundo Gerson et al. (2000) não criar pássaros em casa é o melhor a ser feito, mas caso deseje deve-se molhar as excretas dos pássaros para que os esporos não sejam levados pelo vento. (fig. 15).
Fig. 15: Não criar aves em casa.




BONS ESTUDOS!


Texto escrito por: ¹Cinara W.F. Bezerra, ¹Maiara A. da Silva e ¹Patrícia M. da Costa.
Texto revisado por: ²Professora Dr. Marília Sales Cadena
¹ Graduandas de Bacharelado em Ciências Biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco- Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST).
² Professora adjunta da UFRPE-UAST, responsável pela disciplina de Microbiologia e Imunologia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, R. P.; CANDIDO, R. C. Diagnóstico Laboratorial da Criptococose. NewsLab - edição 77 - 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância e Epidemiológica Da Criptococose. Brasília, DF. Abril de 2012.
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REFERÊNCIAS DAS IMAGENS

Fig 1: pt.medicine-worlds.com
Fig. 2: grdedall.blogspot.com.br
Fig. 3: saude.umcomo.com.br
Fig. 4: pt.slideshare.net/marcosnala/identificacao-levedurasinteressemedicoppt
Fig. 5: melhorcomsaude.com/como-prevenir-infeccoes-vaginais/
Fig. 6: metronidazol.com.br/metronidazol-creme-e-gel/

Fig. 7: pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo
Fig. 8: e.wikipedia.org/wiki/Kandidose
Fig. 9: commons.wikimedia.org/wiki/File:Aphthe_Unterlippe.jpg
Fig. 10: bulasderemedios.com/bula-do-nistatina-antifungico/
Fig. 11: commons.wikimedia.org/wiki/File:Cryptococcus.jpg
Fig. 12: criptococosenaenfermagem.blogspot.com.br/
Fig. 13: clinicaveterinariaejea.com/nina-y-su-carcinoma-de-celulas-escamosas/
Fig. 14: mesquitacomovai.com.br/saude/?p=388
Fig. 15: http://blog.brcondos.com.br/como-evitar-pragas-nos-condominios/